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FALTA DE RÓTULO DE IA FACILITA DEEPFAKE NAS REDES

Em cinco dias, a Lupa identificou 298 anúncios no Facebook feitos com IA e publicados sem rótulo
No Facebook, um vídeo do médico Dráuzio Varella chama a atenção ao afirmar que chegou ao Brasil um novo medicamento que promete eliminar as dores no corpo. Nos comentários do post, usuários expressam o desejo de adquirir o produto e ter seus problemas de saúde solucionados: “Eu tenho artrose e estou mancando. O que eu mais queria era não mancar”; “Queria muito. Mal me levanto com dores na cabeça e na coluna. Tomo uma infinidade de remédios”, dizem os usuários impactados pelo post.
No entanto, o médico nunca gravou o vídeo. Trata-se de um conteúdo manipulado por Inteligência Artificial (IA). O tal “medicamento” não tem registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já foi tema de uma verificação publicada pela Lupa em abril do ano passado. No Reclame Aqui, um usuário disse que as suas dores só pioraram depois que passou a utilizar o produto.
Este é apenas um exemplo de vídeo com deepfake — que utiliza a imagem de figuras públicas — publicado nas redes para promover produtos sem comprovação ou falsos.
Desde janeiro de 2024, a Meta — dona do Facebook, Instagram e Threads — de olho no período eleitoral de diversos países, inclusive do Brasil, colocou em vigor um termo de uso que exige que anunciantes divulguem o uso de inteligência artificial ao publicar anúncios sobre temas sociais, eleições ou política. O mesmo se aplica para conteúdos orgânicos – publicações não pagas – que são criados com inteligência artificial.
Porém, uma busca na Biblioteca de Anúncios da Meta – plataforma que permite verificar publicações impulsionadas por usuários, ou seja, pagas – revela uma realidade diferente.
Em levantamento realizado em novembro de 2024, a Lupa identificou, em apenas cinco dias, 298 anúncios no Facebook criados com Inteligência Artificial (IA) e publicados sem qualquer indicação sobre o uso da tecnologia.
Os conteúdos manipulam as imagens de figuras públicas como os apresentadores Ana Maria Braga, Celso Portiolli, César Tralli, Eliana, Fátima Bernardes, Ratinho e Rodrigo Faro; o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP); as cantoras Simone Mendes e Maiara; os padres Fábio de Melo e Marcelo Rossi; e o ex-jogador D’Alessandro – e se passam por narrativas realistas, sem qualquer aviso de que utilizam IA, para divulgar produtos que prometem curas milagrosas para doenças e distúrbios, além de sites que se passam por fontes seguras, mas aplicam golpes.
O rótulo que indica o uso de IA em uma publicação é como um alerta, um aviso para o usuário de que nem tudo naquele post é real. E em casos como o do vídeo falso com a imagem do Dr. Drauzio, pode ajudar as pessoas a desconfiarem da veracidade das promessas milagrosas feitas nas redes sociais.
Pollyana Ferrari, professora do Programa de Estudos de Pós-Graduados em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), destaca que a falta de regulação desse tipo de conteúdo falso por parte da Meta é potencialmente perigosa para os usuários. “Estamos vendo que essas tecnologias de inteligência artificial têm avançado de forma a ficar cada vez mais verossímil de um vídeo real. O cidadão comum não consegue identificar essa desinformação”, afirma.

Fonte: https://lupa.uol.com.br/jornalismo/2025/02/12/sem-regras-claras-da-meta-falta-de-rotulo-de-ia-facilita-a-propagacao-de-deepfake-nas-redes

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